Discursos
Discurso Prof. Dr. Pe. João Carlos Almeida, Presidente da Associação Dehoniana Brasil Meridional (ADBM), mantenedora da Faculdade Dehoniana
MENSAGEM para os 100 ANOS FACULDADE DEHONIANA
“Buscamos a civilização da inteligência e do coração!”
Assim terminava nosso patrono, Léon Gustave Dehon, seu primeiro discurso educacional, em 1877. Inteligência e coração, verdade e caridade, estudo e reparação, foram as grandes paixões de sua vida e a preciosa herança que nos deixou. Um ano depois nascia oficialmente a Congregação dos Oblatos, Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, à sombra do Colégio São João (obra educacional)
e intimamente ligada ao Patronato São José (obra assistencial). Nós da Associação Dehoniana Brasil Meridional (ADBM), mantenedora da Faculdade Dehoniana, compartilhamos essa visão e vivemos esta missão de “Promover a educação integral de qualidade, por meio da Pedagogia Dehoniana da Cordialidade”. Pessoalmente meu desejo sincero, na qualidade de presidente da ADBM, era estar presente de corpo e alma neste momento em que a Dehoniana inaugura a comemoração dos seus 100 anos de história; mas um quadro inesperado de COVID me obriga ao prudente isolamento, cuidado e repouso. Deixo, então, em nome da Diretoria da ADBM, esta breve mensagem, unida à sintonia espiritual e institucional.
O primeiro livro de crônicas do Convento SCJ traz um registro preciso e precioso: “15 de fevereiro de 1924. Começam a teologia aqui no Convento de Taubaté os Revdos. Fratres José Poggel, Paulo Kremer, Alberto Jacobs e Sebastião Rademaker”. Eram religiosos dehonianos estudantes que haviam servido como soldados na primeira guerra mundial. Vieram terminar, em terras taubateanas, o curso de teologia iniciado em Sayn, na Renânia. O primeiro dehoniano a passar por essas terras onde seria a Dehoniana foi o próprio patrono, Léon Dehon, em 18 de outubro de 1906, na sua jornada de “mil léguas na América do Sul”. Em 1913, Dom Epaminondas, o primeiro bispo de Taubaté entrou em contato com Dehon pedindo formadores para seu seminário. Em 1914 por aqui passou Pe. Pedro Silvestre Storms, vindo de Santa Catarina e indo para a Alemanha, para onde levou a missão de encontrar padres para essa missão, como pedira o bispo, sob recomendação do fundador. Mas veio a Primeira Guerra Mundial e o projeto teve que aguardar até 1919, quando chegaram efetivamente os primeiros dehonianos a Taubaté para trabalhar no Seminário Diocesano. Eram Pe. Guilherme Thoneick, Pe. Fernando Baumhoff e Ir. Luiz Cronenbroeck. O que hoje conhecemos por Conventinho tem seu início em 1923 e a Dehoniana é herdeira daquela primeira aula de 1924. Portanto, terminamos, com essa celebração, um tríduo de centenários: 2019-2023-2024. Temos motivos de sobra para celebrar e unir-nos em ação de graças.
Até o dia 15 de fevereiro de 2024 teremos tempo para recuperar memórias de como aquela primeira aula gerou o Instituto Teológico SCJ, organismo canônico afiliado à PUC-Rio que, a partir de 2001 viu surgir a Faculdade Dehoniana, credenciada com o primeiro curso de Teologia autorizado pelo MEC para a Igreja Católica. Quando celebramos os 85 anos da Dehoniana, em 2009, o centenário parecia tão distante. Pois chegou!
Na certeza de uma prece, desejo a toda a comunidade acadêmica da Faculdade Dehoniana um tempo cada vez mais fecundo no cumprimento de sua missão, radicada nesta bela história que temos a graça de celebrar.
São Paulo, 19 de outubro de 2023.
No Coração de Jesus,
Pe. João Carlos Almeida, scj
Presidente ADBM